2.7.17

Quando o país está melhor




Ontem participei na apresentação do Pedro Ribeiro como candidato do PS a Presidente da Câmara Municipal do Cartaxo. Foi um privilégio, quer pela mobilização que testemunhei, quer pela qualidade da obra e do projecto da candidatura, envolvendo também os candidatos às Juntas de Freguesia e à Assembleia Municipal. O discurso de Pedro Ribeiro foi bem um sinal dessa vitalidade. #CartaxoMelhor #PedroRibeiro2017

Na minha intervenção, além de temas autárquicos, foquei também aspectos da situação política nacional. Deixo parte do que disse nessa ocasião.

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Portugal está melhor.
Começámos a devolver rendimentos às famílias.
Voltámos a investir nos serviços públicos: nunca tivemos tantos profissionais no Serviço Nacional de Saúde desde o início da crise; há muitos milhares de portugueses que ainda não tinham médico de família e a quem está a chegar esse serviço; nunca houve tantos professores nas escolas como este ano.
Conseguimos dar um novo alento à economia: é por isso que o desemprego baixa e o emprego sobe. Em Abril, com 9,5 de taxa de desemprego, tivemos o valor mais baixo de desemprego desde Dezembro de 2008. O emprego continua a aumentar.
Afinal, não era preciso mandar as pessoas emigrar, nem dizer que os portugueses viviam acima das possibilidades, nem era preciso o sistemático desrespeito pela Constituição. O que era preciso era juntar a noção de progresso do país e a noção de qualidade de vida das pessoas. O que foi preciso foi deixar para trás aquela teoria de um alto dirigente do PSD, que dizia que o país estava melhor, embora a vida das pessoas não estivesse melhor. Para nós, o país só está melhor quando a vida das pessoas estiver melhor.

Afinal, até os mais céticos começam a dar sinal de finalmente compreenderem que o governo do PS está a fazer o que é preciso fazer. A Comissão Europeia começou a querer aplicar sanções a Portugal, pelos maus resultados de 2015, que não eram da responsabilidade da atual governação. Hoje, a Comissão Europeia confia que sabemos o que estamos a fazer.
E, temos de dizê-lo, conseguimos mudar a atitude da Comissão Europeia face a Portugal porque temos um governo europeísta, que quer mudar as políticas europeias quando essas políticas estão erradas, mas não está contra a Europa nem está contra os nossos parceiros europeus. E esse europeísmo esclarecido do nosso governo foi fundamental para o percurso que temos vindo a fazer.
E agora até o FMI, que teve o papel que se sabe no programa austeritário, acabou de fazer uma previsão de crescimento da economia portuguesa para 2017. A previsão é um crescimento de 2,5% para este ano. Ora, a verificar-se essa previsão, 2017 seria o melhor ano para a economia portuguesa desde a nossa adesão ao Euro.
Os níveis de confiança dos consumidores estão a bater recordes históricos. E todos sabemos como a confiança é importante.

Mas não nos equivoquemos: há ainda muito para fazer. Não é tempo de repousar sobre os louros dos sucessos alcançados. Porque, em boa verdade, estamos ainda apenas a firmar as bases do muito que tem ainda de ser feito. Até porque é preciso ainda percorrer um longo caminho para devolver aos poderes públicos todas as capacidades necessárias para que o Estado, no seu todo, a nível central e a nível local, seja eficaz e eficiente a prosseguir o bem público.
Uma certa Direita, e alguns comentadores de serviço, andaram décadas a defender o Estado Mínimo. À boleia das teorias do Estado Mínimo, o Estado foi enfraquecido e entregaram-se aos privados funções que deviam ser assumidas por um Estado Social de Direito, e até funções que, em bom rigor, deviam ser consideradas funções de soberania - num conceito robusto e democrático de soberania.
Nada temos contra a economia privada, cujos direitos fazem parte da nossa conceção de sociedade livre, aberta, de iniciativa. Nada temos nada contra quem, respeitando as regras, procura o lucro. Mas a prossecução das funções de soberania não pode ser confundida com a prossecução do lucro. Ambas são legítimas, mas são diferentes. Ora, não se respeitando essa diferença, enfraquece-se o Estado, enfraquecem-se os serviços públicos, desprotege-se o país e as pessoas.
E essas políticas inspiradas na ideologia do Estado Mínimo têm consequências. Não podemos descuidar o nosso automóvel, andar por aí com os pneus carecas, e depois ficarmos surpreendidos porque há um despiste.
E muito menos é admissível, como alguns fazem, que aqueles que deixaram os pneus carecas sejam os que mais barulho fazem a criticar o condutor.
O governo do Partido Socialista está a reconstruir o papel que o Estado deve ter numa sociedade democrática, livre, aberta à iniciativa de todos mas que cuida do bem comum, que cuida do interesse geral, que olha para as responsabilidades do futuro e não apenas para o momento presente.

Mas Roma e Pavia não se fizeram num dia. Enfrentamos uma tarefa imensa.
Precisamos muita humildade para fazer o que é preciso fazer. Não é só ter as políticas certas. Ter as políticas certas é muito necessário. Mas também é preciso ter a atitude certa.
Combater toda a arrogância. Evitar qualquer triunfalismo. Manter a humildade de ouvir e respeitar, e a humildade de sabermos que há muito ainda por fazer.
Mas também não nos resignamos face às dificuldades: mantemos a determinação de quem quer continuar a fazer cada vez melhor.

2 de Julho de 2017

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